Esse pano azul e branco que o movimento nacionalista ornamentou cumha estrela vermelha, procede do símbolo da comandância marítima espanhola da Crunha, associado com Galiza por olhos dos emigrados na Argentina.
Na defesa da verdade e da memória dos nossos antepassados, @s nacionalistas pegamos na história para construirmos um futuro livre e digno, mas às vezes a desventura leva-nos face um sedutor dogmatismo e daquela reproduzimos os erros dos patriotas predecessores. Um dos enganos mais grandes que @s nacionalistas cometemos por descuido ou ignorância nalgum momento da nossa vida é o de aceitar a actual bandeira da faixa azul como símbolo da Galiza Compostelana.
Esse pano azul e branco que o movimento nacionalista ornamentou cumha estrela vermelha -desde a apariçom da UPG e do PSG, com o precedente do escudo de Castelão formado pela sereia, a estrela e a foucinha- procede do símbolo da comandância marítima espanhola da Crunha, inicialmente formada pela cruz de Santo André em azul até o 1891, quando ao coincidir com a identificaçom da armada russa ficou reduzida a umha só faixa de esquerda a direita, associada com Galiza por olhos da emigraçom na América. Na altura, a comunidade galega do exílio adoptava este símbolo como próprio chegando a ser baptizado como bandeira galega no "Eco de Galicia" da Havana em 1898, umha decisom que herdariam As Irmandades Da Fala em 1916 e O Partido Galeguista em 1931, século no que se mudou o azul ultramarino por outro mais claro, convidando ao esquecimento a imagem do graal em ouro, escoltado por seis cruzes, a verdadeira bandeira galega criada por galeg@s e para galeg@s que representava a Galiza Compostelana.
Esta bandeira em prata com o cálix e as cruzes do 1282 ao 1833, experimentou diferentes modelos como o do Santo Graal fechado num relicário, o graal sobre um campo azul, sobre um campo vermelho ou mesmo sobre um mosaico de cruzes vermelhas que ocupavam todo o espaço do pendom em prata. Depois, o número de cruzes foi reduzido a seis, três a cada margem, até que finalmente se adicionou umha sétima, dando lugar à bandeira da Galiza Compostelana até começos do século XIX, data na que Galiza desaparece definitivamente como reino.
No 1972 a RAG afixa um escudo para Galiza tomando como referência esta bandeira, mas colorea de azul o campo já que segundo a heráldica nom é correcto situar o ouro sobre um campo alvo sendo as únicas excepçons a bandeira de Chipre e a do Vaticano. Ademais, o campo vermelho está ligado com os terços galegos, tendo associado um carácter marcial, enquanto o campo azul utiliza-se para significar o Estado. Porém o modelo da bandeira azul com o calix em ouro acompanhado das sete cruzes brancas é a alternativa mais genuína para a representaçom da Galiza Compostelana no modo no qual o pendom suevo evoca à Naçom galaica, herdeira do primeiro Estado Galego da história e isento de qualquer carácter imperialista como sim o tinha o leom púrpura sobre prata, o que no leste ia além da Seabra, o Berço ou as terras de Návia e Eu.
No entanto, para muit@s a faixa azul faz parte da nossa identidade e intentam dar justificaçom com a falácia de ser umha iconografia consolidada pelo tempo. Digo falácia porque consolidar nom é algo irreversível nem sinónimo de verídico já que os erros também podem ser consolidados e a antiguidade dos feitos é sempre relativa. Muito mais tempo leva a Galiza sem possuir um Estado e nom por isso vamos renunciar à soberania; veteranas som as fronteiras políticas que traçam a Comunidade Autónoma Galega e nom por isso a nossa cultura remata antes de chegar ao Berço, por exemplo; longa tradiçom é a de escrever o galego usando umha sintaxe e ortografia castelhana quando o nosso romance nasceu coa sua própria letra; etc..
Como conclusom hei dizer que mudar velhos hábitos sempre resulta molesto mas devemos adoptar umha ética purista e resolver os equívocos do passado se realmente desejamos umha Terra digna e reconciliada com a sua verdadeira história. Porém temos a obriga moral de pegar na velha bandeira do graal e as cruzes para evocar à Galiza Compostelana e no pendom suevo para lembrar a Naçom Galaica, renunciando mesmo a novos modelos por ficarem pouco representativos da nossa velha Naçom.