Senén Barro, reitor da USC, advirte ao respeito da eliminaçom de licenciaturas, dando-as por supostas, que a flexibilidade para a sua supressom deve ser tomada com naturalidade, o qual para ele é sinónimo de aceitaçom acrítica
Setembro de 2007
Por todos e todas é sabido no ámbito da Universidade galega que a homogeneizaçom europeia está a pôr em sério perigo o mantimento das carreiras menos demandadas, de acordo com os parámetros ultraliberais da Europa do Capital, onde o ensino é um produto de consumo mais, a liberdade de eleiçom do consumidor ou consumidora (entenda-se estudante) um princípio irrefutável, e onde a concorrência expulsa do mercado a "oferta excedente": carreiras que empecem o lucro da Universidade-empresa, por requerir maiores investimentos no seu mantimento do que benefícios pola sua compra nas Oficinas de inscriçom de alunado e favores nos programas "educacionais" patrocinados por entidades privadas.
Bem é certo que já se produzírom diversos conatos de alarma por esta razom, como as protestas no curso 2005/06 na Faculdade de Arte, Geografia e História da USC pola mais que presumível extinçom dos estudos como licenciatura independente de Arte, ou os movimentos para a protecçom de determinadas Filologias, entre elas a galega, por mor do carácter secundário e economicamente ineficaz das línguas que estudam.
Porém, o Processo de Bolonha avança ocultando o seu verdadeiro rosto, apagando os protestos, e Senén Barro, reitor da USC, advirte ao respeito da eliminaçom de licenciaturas, dando-as por supostas, que a flexibilidade para a sua supressom deve ser tomada com naturalidade, o qual para ele é sinónimo de aceitaçom acrítica.
De AGIR conhecemos os inúmeros defectos dum Sistema Universitário configurado sem ordem e sem atender às demandas do País, com múltiplas carreiras duplicadas, sem coordenaçom algumha entre Universidades, com instalaçons clientelares que subsistem por embelecer certos lugares, distribuiçom inadequada dos recursos humanos e deficiências na comunicaçom entre Cámpus. O debate sobre a reestruturaçom da Universidade em Galiza é necessário, e nom é enganado eliminar a competitividade inter-universitária ou demandar melhoras na distribuiçom e replanejar a integraçom de certos estudos cuja demanda se achega da plena nulidade.
Mas nom é isto do que se trata quando falamos em chave regional-europeia. A UE esquece, faltaria mais, qualquer análise de fundo sobre os motivos que provocam aqui e agora, na Galiza do sêculo XXI, inadmissons em massa por falta de vagas numhas Faculdades, e faltas absolutas de demanda que dam lugar a tristes cenários de aulas com um/ha ou duas/dous estudantes noutras.
A este respeito, gostariamos de saber se, de acordo com as suas declaraçons, Senén Barro projecta a habilitaçom dum novo prédio para a Faculdade de Medicina, que dé resposta à tam cacarejada "demanda".
O Processo de Bolonha o que pom em perigo é a essência da Universidade galega como espaço de aprendizagem e conhecimento imbricado nas necessidades nacionais e adaptado a umha economia própria, que explore com eficiência os nossos recursos e cobra os terrenos profissionais com tremendos hándicaps, que os há.
Com todo, melhor deveriamos dizer que "pôr em perigo" nom é a expressom adequada, pois nada há no ensino espanhol na Galiza que se poda fazer perigar neste sentido. Si, porém, alarga os imperativos da luita estudantil e social por umha universidade onde abrir espaços contrários ao aburguesamento, a castelhanizaçom e a elitizaçom da Universidade.
Senén Barro aposta na supressom de titulaçons; nós na revoluçom das aulas por um ensino galego, público e de qualidade.